Resenha: "Loney"

Loney - Andrew Michael Hurley

Sinopse:

Quando os restos mortais de uma criança são descobertos durante uma tempestade de inverno numa extensão da sombria costa da Inglaterra conhecida como “Loney”, Smith é obrigado a confrontar acontecimentos terríveis e misteriosos ocorridos quarenta anos antes, quando ainda era criança e visitou o lugar.

À época, a mãe de Smith arrastou a família para aquela região numa peregrinação de Páscoa com o padre Bernard, cujo antecessor, Wilfred, morrera pouco tempo antes. Cabia ao jovem sacerdote liderar a comunidade até um antigo santuário, onde a obstinada Sra. Smith crê que irá encontrar a cura para o filho mais velho, um garoto mudo e com problemas de aprendizagem. 

O grupo se instala na Moorings, uma casa fria e antiga, repleta de segredos. O clima é hostil, os moradores do lugar, ameaçadores, e uma aura de mistério cerca os desconhecidos ocupantes de Coldbarrow, uma faixa de terra pouco acessível, diariamente alagada na alta da maré. A vida dos irmãos acaba se entrelaçando à dos excêntricos vizinhos com intensidade e complexidade tão imperativas quanto a fé que os levou ao “Loney”, e o que acontece a partir daí se torna um fardo que Smith carrega pelo resto da vida, a verdade que ele vai sustentar a qualquer preço.

Resenha:

Muitos anos se passaram depois daquela vez, mas um noticiário informando que o corpo de uma criança havia sido encontrado, trouxe as lembranças e tudo à tona novamente.

Eles sempre iam no feriado de páscoa para lá, os integrantes da família Smith: os dois irmãos e os pais, os Belderboss e o Padre Wilfred, iam para peregrinar e buscar na fé a realização.

Loney é um lugar sombrio, chuvas torrenciais atingem constantemente, um lugar frio e misterioso, “um pedaço de lugar nenhum”, mas que acreditava ser sagrado.

A peregrinação que sempre era feita com rigor, era em busca da cura de um dos irmãos, Hanny, que já tinha seus 16 anos e não conseguia falar. Sua mãe tinha fé, e acreditava que por meio de orações, penitências e bebendo a água do santuário, Deus traria a cura a seu filho.

Ficaram sem ir a Loney durante um bom tempo, depois de retornarem a Londres da última vez. O Padre Wilfred começou a agir de forma estranha, mudou de forma incompreensível, até que certo dia foi encontrado morto. Logo outro padre foi trazido para ocupar o lugar de Wilfred. O Padre Bernard foi bem recebido e caiu no gosto do fiéis, somente a mãe de Hanny mostrou resistência.

Com sugestão do Bispo para continuarem com a tradição do Padre Wilfred de saírem em retiro. Eles retornam a Loney novamente, para mais uma vez peregrinar. Mal sabiam eles que não seria como sempre era.

Nosso personagem principal é o filho mais novo dos Smith “Tonto”, apelido dado pelo padre Bernard. Ele relembra toda a história que aquelas pessoas depararam-se, principalmente ele e o irmão, e que ficou pra sempre em sua memória. Ele a todo momento esteve ao lado de Hanny, seus pais não conseguiam entendê-lo da mesma forma que ele entendia, tinham uma linguagem. Tonto cuidava e fazia de tudo para protegê-lo.

Loney revelou ser um lugar obscuro, crenças e lendas rodeavam o lugar. Uma delas sobre Thessaly a casa que dizia ser assombrada. Uma mulher que seduzia marinheiros e que havia suicidado no campanário próximo a casa, permanecia ali de alguma forma. E outras tantas superstições envolvendo o lugar.

Estranhos acontecimentos começam a atingir o local, Hanny e tonto se envolvem em algo totalmente sinistro e inexplicável, com forças sobre humanas. Nem mesmo a fé poderia explicar.

Comentário Final:

“Loney” é um livro obscuro. Uma história que causa um certo desconforto, que te deixa meio perplexo com todo o suspense que envolve. Mas não é um terror expressivo, na verdade é um livro minucioso, que exige do leitor uma atenção a mais.

É consistente, com personagens fortes, um ambiente muito bem construído. Contudo, o começo é lento, são apresentados muitos nomes, mas nada de grandes acontecimentos ou revelações. O que deixa a leitura cansativa. A história só decorre quase na metade do livro.

No geral “Loney” tem uma boa narrativa, mas tem um começo arrastado, além de deixar lacunas, peca em não explicar certas partes. Você se pergunta “E aí? Explique isso”, mas o livro não explica”.

Avaliado com 3 estrelas e meia. Um livro que prometeu algo grande, mais não cumpriu.


Por Diego Tonaco

Portfólio Literário

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